Os Santos Populares em Vila Alva!!

Tal como em muitas outras localidades portuguesas Vila Alva também tem uma forma muito particular e interessante de festejar os dias dos Santos Populares! Nas vésperas dos dias de Santo António, São João e São Pedro são comemorados os Santos Populares.
Em cada um destes dias é acendida, já de noite, uma fogueira em frente às Igrejas dos respectivos santos (Santo António e S. João) e em frente à Igreja Matriz no caso do S. Pedro. A malta mais jovem costuma divertir-se saltando a fogueira mas de vez em quando há um ou outro que se arrisca um pouco mais, quando as labaredas estão mais altas, e como é obvio fica no ar um cheirinho a pêlos ("porco") queimados. Enfim nunca ninguém se aleijou a sério e é sempre motivo para risos ver o pessoal a correr com fagulhas na sola dos sapatos e muito aflitos a tentar apagar.
O pessoal também costuma colher umas "canas frechas", "atabugas" ou "gaimoes" para posteriormente as rebentarem durante a fogueira. Segundo a tradição cada Santo teria a sua variedade, ou seja, ao Santo António pertencia as "canas frechas", ao São João as "atabugas" e ao São Pedro os "gaimões".
Para estas canas estalarem tem de se colocar as suas pontas a queimar na fogueira e depois de passados alguns minutos embater com estas no chão e, acreditem, até faz um barulho bem jeitoso... upa upa! Claro que depois a malta começa a competir uns com os outros a ver quem faz mais barulho e a coisa torna-se bem engraçada!
Antigamente para além destas fogueiras eram montados mastros onde eram feitos bailes para a malta ir dar um pezinho de dança, no entanto a malta parece que gosta cada vez menos de "balhos" e já há alguns anos que estes mastros (feitos com canas e varias flores que serviam como centro do baile) não são realizados, ao contrário do que há pouco tempo acontecia, em que na mesma noite haviam vários bailes espalhados pela aldeia e até alguma competição entre eles para ver quem conseguia atrair mais gente. Estes bailes eram muito característicos, não havia banda nem esmerado serviço de bar. A música era assegurada por uma aparelhagem, algumas vezes já velhinha, com cassetes onde tocavam as músicas da moda e não era preciso mais. Para se molhar a garganta bastavam uns cavaletes e umas tábuas a servirem de balcão, uns bidões plásticos com pedaços de gelo e tava o serviço de bar garantido.